quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dead Memories - Parte 2 / O novo residente.

Na manhã seguinte, acordo quando o despertador rosa da cabeceira de Winny marca 6 horas em ponto. Apesar da preguiça matinal, me levanto rapidamente. Vendo-me levantar, Rebecca me dá bom dia.
- Bom dia – estranho.
- Não fale com ela Beck! - dispara Winny enquanto retira a venda dos seus olhos que a mesma usa para dormir - Ela não merece nem a saliva que você usa para pronunciar as palavras.
- Ah, vejo que a miss simpatia também acordou. – digo enquanto caminho até a minha parte do armário, abro-a, pego meu uniforme e me dirijo até o banheiro para vesti-lo. Nosso uniforme é preto e cinza, composto por quatro peças: uma saia xadrez mesclada em tons de cinza, uma camisa branca, um blazer preto e uma gravata quase cinza, quase preta. Típico de instituições rígidas e chatas.
Quando saio do banheiro, quase sou esmagada por uma manada. Já viu garotas brigando pelo último par de brincos de uma loja chique que entrou em liquidação? Nem eu, mas assim como vemos nos filmes, a mesma situação se repete fora das telonas por coisas comuns e cotidianas como quem será a próxima a usar o banheiro.
Quando você faz sua matrícula no West Hill para ter aulas em período integral, além de estudar as matérias obrigatórias você também estuda as matérias opcionais que escolhe quando faz sua matrícula. As aulas são comuns, nada de especial. Temos aulas de culinária, aulas de pintura, aulas de costura, aulas de etiqueta, aulas de dança de salão, aulas de música (juntamente com o coral), esportes em si e plantões de dúvidas para cada matéria. Cada aluno tem direito a seis aulas. As minhas são: pintura, costura, dança de salão, música, esportes em si e os plantões de dúvida. Apesar da mensalidade satisfatória, não acho que a instituição seja rica a ponto de oferecer tantas vantagens aos alunos sem receber nada em troca. 
Doadores. São eles que fazem West Hill funcionar. Pais ricos de alunos esnobes que doam uma certa quantia para a instituição em forma de gratidão ao que ela fez ou está fazendo com seus filhos. Na cabeça dos pais, seus anjinhos irão aprender uma importante lição de vida no período em que se mantiverem lá. Mal sabem que essa lição nunca foi e e nunca será aprendida pelos seus monstros domesticados que, assim que completam um ano no West Hill, pegam seus trapos e vão embora sem ter levado nenhum ensinamento consigo. 
Em meio aos meus pensamentos, algo me faz voltar a vida real: os gritos de Megan voltados para Winny para usar logo o banheiro. 
Procuro visualmente os meus sapatos pretos que fazem parte do uniforme, os acho, os calço, pego minha mochila e corro para o laboratório de ciências, lugar onde teria a minha primeira aula do dia. Infelizmente estou novamente atrasada. Assim que chego ofegante no laboratório, sou recebida por uma calorosa saudação da professora.
- Que bom que veio Alex. Jurava que ia matar aula. Que bom que não vamos ter que repetir nossa conversinha de sexta feira passada, não é mesmo? Aliás, estou surpresa por você ter chegado atrasada hoje. – diz ela com o tom mais sarcástico que possui. – Por conta do seu atrasado, ficará sem par para a experiência em dupla que iniciamos a 5 minutos atrás. Aproveite o trabalho extra que terá, afinal, não sobrou nenhum parceiro para você.
- Que sorte a minha. – comento enquanto procuro um balcão disponível para inciar a minha futura experiência fracassada. O único balcão disponível é o último, então me direciono até ele em silêncio concluindo a mim mesma o quanto não entendendo absolutamente nada de biologia. Assim que me sento em um dos bancos, o equipamento sonoro da instituição é ligado. Parece que hoje teremos comunicados da diretora. Eu, particularmente, nunca presto atenção neles pelo simples fato de serem totalmente bobos. "Hoje teremos pão de batata na cantina", "após usarem o banheiro, deem descarga", "lavem as mãos, muitas bactérias são transmitidas por um inocente aperto de mão"... Enfim, desnecessários e tolos. Como de costume, não presto atenção no comunicado e, em vez disso, dou uma atenção especial ao microscópio. Após alguns minutos, noto que as pessoas da minha turma estão diferentes. Todos estão pasmos. As meninas estão soltando gritinhos estéricos enquanto sorriem de uma maneira que jamais vi antes. Já os meninos parecem não acreditar no que ouviram, parecem não ter gostado do que ouviram, parecem nervosos com a situação. Não me contendo, pergunto a minha colega de classe do que se tratava o comunicado e ela me responde de uma maneira incompreendível.
- O... O... Ele vai estudar aqui! A-aqui! No West Hill! – berra a garota.
- Ah, obrigada. – dou um meio sorriso.
“Tudo bem” penso. “Depois pergunto aos meus amigos o que era”.
Depois que as primeiras aulas se passam, todos se dirigem até o refeitório para almoçar. Junto com meus amigos, enfrento a fila da cantina. Quando minha vez chega, me sirvo. Sempre achei algumas pessoas do internato estranhas, mas hoje estava as achando estranhamente pior! Algumas meninas me olhavam com algum tipo de expectativa para o que eu iria fazer enquanto me servia. Também percebo que as mesmas estão abafando seus gritos e, por incrível que pareça, as minhas amigas estão fazendo o mesmo que elas. Apesar de achar tudo aquilo muito estranho, não pergunto nada a ninguém. Em vez disso, sigo com a fila até chegar na sobremesa do dia. Gelatinas. Não, a última gelatina. Sem pensar duas vezes estico meu braço para pega-lá antes de alguém, mas infelizmente não alcanço meu pequeno objetivo do dia. O que eu temia acabara de ter acontecer, alguém a pegou primeiro. 
- Ei! Essa gelatina era minha, que falta de educação! Você por acaso não viu eu esticando meu braço para pegá-la?! – disparo enquanto encaro a gelatina sendo levada de mim. Sem receber uma resposta ou uma simples satisfação, a pessoa que havia a pegado me dá as costas e é levada pela multidão. Não sei onde enfiar a cara, não sou de fazer barracos. Sem opções, finjo que nada aconteceu e tomo meu rumo para a mesa mais próxima. Felizmente, a mesma não demorou para ficar "lotada". 
- Gente, vocês viram a merda que eu acabei de fazer ali na fila da cantina? - pergunto.
Sem resposta.
- Gente? - pergunto enquanto sou ignorada mais uma vez. Parece que minha presença nem foi notada porque meus amigos conversavam entre eles sobre um assunto do qual eu não tinha nenhum conhecimento.
- Você viram o que eu vi?! – agita-se Annie.
- Siiiiiiiiiim! Ai meu Deus, acho que estou apaixonada! – diz Samantha.
- Posso jurar que ele olhou no fundo dos meus olhos quando estávamos pegando a carne misteriosa um do lado do outro! – comenta Lauren.
- Ah sim, como se só você estivesse em cima dele na fila da cantina, não é Lauren? Isso não passa de uma ilusão sua. – zomba Annie.
- Como vocês conseguem gostar dele? Que problema vocês tem? Ele não passa de um filhinho de papai cheio de grana no bolso! – indaga Percy, aparentemente irritado.
- Ui, tudo isso é inveja? – pergunta Samantha.
- Antes fosse. Tenho tudo o que aquele garoto tem. – comenta Percy.
- Até onde eu sei, você não tem uma Ferrari e um Opala. – debate Lauren.
- Tá, não tenho, mas de resto... - continua Percy.
- Tudo bem, não chore. Sei que é difícil para você ver todas as meninas que antes babavam por você, babando por ele agora. – brinca Annie.
- ELE QUEM? – pergunto gritando para todos, não suportando mais ser excluída da conversa.
- Não acredito que você ainda não sabe quem começou a estudar aqui hoje! – se surpreende Lauren.
- Pois é, me julguem mais tarde por isso, mas agora vocês podem por favor me dizer quem é essa pessoa da qual vocês tanto falam? – imploro por uma resposta.
- Nada mais, nada menos que JUSTIN BIEBER! – informam-me em coral.
- Jura?! Isso é sério? – pasmo.
- Nossa, da onde surgiu tanto interesse? – pergunta Percy.
- Para de ser idiota, não é nada disso que você está pensando! Apenas estou surpresa, afinal, o que um astro da música pop veio fazer nesse fim de mundo? Que diabos ele aprontou a ponto de seus pais o enviarem para um internato? Terminar seus estudos logo aqui, sendo que há tantas outras instituições? – faço todos refletirem. 
- Não tinha pensado nisso... – comenta Annie.
- Em todo o caso, aposto todas as minha fichas que foi o fulaninho que roubou minha gelatina. O cabelo de mauricinho é o mesmo. – recordo-me do cabelo da pessoa e comparo: idênticos. 
- E por falar nele, olha ele vindo para cá. – informa Lauren, tentando conter sua alegria. 
Me viro para vê-lo. Justin anda com dificuldade (devido a multidão) até a última mesa, a mesa do time de beisebol, acompanhado por todo o time do esporte número 1 de West Hill e por todos os populares da instituição. "Idiota" penso.
Depois de acompanhá-lo com os olhos até o mesmo se sentar na mesa, volto minha atenção para o meu prato. Mal tinha tocado na comida. 
Era insuportável ter que ver Bieber sendo o centro das atenções. Todos queriam conversar com ele, tocar nele, ser amigo dele. Por mais que ele seja mal educado, egoísta e esnobe com todo mundo, as pessoas sentiam necessidade de serem notadas por ele. Necessidade de deixarem de ser inferiores a ele por um segundo.

Mais uma vez sou despertada dos meus pensamentos. Obrigada sinal. Depois do almoço, o dia passou rápido. Quando deu a hora de se recolher, ainda estava no banheiro principal do ultimo andar.
“Rápido, vamos. Andem logo!” era o que se podia ouvir dos monitores dos corredores enquanto apressavam os alunos.
Não queria ir dormir. “Talvez possa passar um bom tempo na biblioteca lendo um livro”, pensei.
Enquanto pensava no que iria fazer e em como iria driblar os monitores, escovava meu cabelo. Sentia falta de quando minha mãe fazia aquilo. Ela o escovava tão calmamente, tão serenamente. Quando punhas as mãos nas minhas costas, me dizia a mesma frase encorajadora: “Você está destinada a coisas grandes”.
Fiquei me olhando por algum tempo no espelho e conclui o que pra mim já era fato: Como sou feia! Como alguém nesse mundo um dia se interessaria por mim?!
Tudo bem, estava blefando. Gostava de ouvir das outras pessoas o quanto elas me achavam bonita. Aquilo me reconfortava.
Quando terminei de pentear meus cabelos, pus meu plano em prática. Quando sai do banheiro, dei uma rápida corrida até o outro corredor. Ainda faltavam dois até a biblioteca. Tentei não me preocupar, mas confesso que a adrenalina estava me consumindo. Adorava correr um perigo ali, uma fugidinha lá... Me considerava uma aventureira. Quando consegui passar os dois corredores que faltavam, fui atingida por uma massa cinzenta na porta de entrada da biblioteca. Minha primeira preocupação nem foi a de estar jogada no chão, mas sim o barulho que a queda provocou. 

CONTINUA COM 7 COMENTÁRIOS

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Respostas aos comentários:

Isadora: EU SABIA QUE NENHUMA BELIEBER HAVIA LIDO UMA IB PASSADA NUM INTERNATO MUAHAHAHAHAHAHAHAHA e_e

Natalia A.: bom, eu pronuncio como "uésti riu", mas daí vai da pessoa. ;) e obrigada pelo elogio.

Biia: ai desculpa >< devo ter te pulado sem querer, sou meia desatenta. D: muito obrigada!

Anônimos: MUITO OBRIGADA pelos elogios! ç2 e sim, fui eu que fiz o design do blog, na verdade, foi a minha primeira montagem. huahua fico feliz que gostaram. ((:

Nayara Rodrigues: hahaha, é eu tinha sumido mas agora voltei pra ficar! só não postei antes porque ainda não tinha o número de comentários que pedi. to com 4 partes da nova #IB adiantadas! hahaha. to animada com essa imagine, fico feliz por você ter gostado! sua linda. :D

Fim das respostas aos comentários!

7 comentários:

  1. Continua, esta perfeito. E o que é essa massa cinzenta? beijos e continua logo.

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  2. ainda bem que voce voltou, tava sentindo falta das suas histórias. já que a gente não pode ter, vamos pelo menos imaginar né! kkk eu to super animada com essa IB tbm, é diferente e eu tenho uma leve certeza que quem atingiu a Alex com a porta foi o Justin hein! só acho...
    QUEM É WINNY NA BALADA? NINGUÉEEEEEM

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  3. continua.... por favor

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  4. eu to adorando essa ib! tá perfeita d++! continua.

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